Manuscrito de Drunvalo 1984

(continuação)

 

Manuscrito de Drunvalo 1984

 

A amor do filho Várias Histórias
por Jeff Wein
A descida de Drunvalo à Terra 1
(Texto gentilmente cedido pela Revista AMALUZ Brasil)

Parece quase um sonho agora — a lembrança tênue, porém firme. Lembro-me pouco da experiência real da oitava dimensão vibratória, exceto que tudo era luz e som criados a cada momento por meio do puro amor. A maior parte da lembrança oculto de mim mesmo por enquanto. Havia completa unidade, a dualidade era uma experiência pela qual nem todos os seres tinham passado, e eu era um deles. Meu Pai, a mais elevada verdade dentro de mim, pediu-me que viesse para a Terra. Disse que seria bom para mim e que eu poderia ajudar aqui. Não usou palavras e sim luz e imagens sonoras dentro de nosso ser, uma comunicação mais completa e íntima. Instruiu-me em como me deslocar para alcançar a Terra, dizendo-me para continuar até atingir a luz. Fiz o que ele mandou, desloquei-me dessa maneira especial, e em instantes me encontrei em completa escuridão. Não conseguia enxergar, mas sentia o movimento. Pouco depois de partir, voltei-me na escuridão e olhei. Contemplei a mais grandiosa e bela visão. Suspensa na escuridão absoluta, havia uma espiral de luz, de tamanho imenso, pareceu-me. A luz era multicolorida formando pequenas faixas digitais saindo do centro. Parecia uma concha de náutilus de néon flutuando num campo de visão infinito. Senti-me humilde e cheio de admiração por causa de sua grandiosidade. Sabia que era meu lar e que não voltaria por muito tempo. Mas não senti tristeza, senti alegria e liberdade. Não mais olhei para trás...

Passou-se muito tempo, pareceu-me. Pode ter sido milhões de anos ou alguns dias. Era impossível dizer sem um ponto de referência. Continuei a me deslocar. De repente, sem qualquer antecipação, todo o meu campo de visão foi preenchido por luz espiralante, variedades de cores que em geral jamais são vistas aqui na Terra, exceto em raros casos envolvendo cristais. Eram pastéis transparentes dourados e azuis e rosas e amarelos. A luz estava em toda parte. Parado à minha frente, a cerca de três metros, havia um homem cujo nome é Machiventa Melchizedek. Machiventa saudou-me e me mostrou a beleza de seu coração.

Imediatamente, senti grande amor por ele e perguntei onde eu estava. Sem responder, voltou-se para a minha direita, e senti que começamos a nos deslocar. Quase instantaneamente minha posição mudou. Eu flutuava em um campo de luz em forma de disco de aproximadamente 16 metros de diâmetro. A suave luz multicolorida brilhante parecia girar ao redor do disco em ambas as direções ao mesmo tempo, deixando-me com uma sensação de estabilidade e beleza antiga. Eu conseguia enxergar através desta espaçonave transparente o espaço profundo e os infinitos milhões de estrelas brilhantes que enchem a galáxia. Nunca conseguiria descrever a beleza e reverência que senti em meu coração. Eu estava calado. Nada entendia. Simplesmente nascera numa nova realidade que, para mim, estava apenas começando a se revelar. Eu conseguia ver, também, que há pouco saíramos do próprio centro de uma daquelas estrelas, um sol que a Terra veria como a estrela do meio do Cinturão de Órion. Eu sempre me lembrarei dela como a entrada para o meu lar, a estrela à qual algum dia eu provavelmente retornarei.

Machiventa me olhou, e todo meu espírito sentiu seu calor radiante. Ele me disse, usando luz e som dentro de meu ser, exatamente como meu Pai, que iríamos para um lugar onde eu deveria aprender, crescer e compreender esta nova realidade, este modo de ser tridimensional. Disse que eu não poderia ir diretamente para a Terra, e sim teria de me deslocar de certa maneira, diferente mas semelhante a como me deslocara para alcançar esta dimensão a partir de meu lar. "Primeiro," disse ele, "Você tem de ir para as Plêiades, às vezes chamadas as Sete Irmãs. É lá que foram tomadas providências para recebê-lo e prepará-lo para sua curta permanência na Terra. Quando você estiver pronto, retornarei e o conduzirei a seu próximo estágio de desenvolvimento no caminho rumo à consciência terrestre."
Senti tanto amor por ele. Parecia que o espírito de meu Pai estava emanando dele. Claro, era exatamente isso — meu Pai estava em todos lugares e em toda gente.


À medida que nos aproximávamos rapidamente do campo cristalino verde das Plêiades, Machiventa olhou-me outra vez e abriu minha visão interior. Conseguia ver uma criancinha de um ano de idade, um menino, deitado nu e calmo numa laje polida e plana, flutuando a aproximadamente 1,2 metro do chão no centro de um pequeno quarto de pedra sem janelas. Não havia luz alguma, apenas seu corpo brilhava com essa luz luminosa móvel que preenchia suavemente o quarto e meu coração. Machiventa contou-me, então, que essa forma de bebê seria minha para que eu pudesse viver e aprender nesta nova realidade. Enquanto ele falava e me transmitia sensações de força e encorajamento, senti que saía da nave de luz de Machiventa e, usando translação interpessoal pela primeira vez, entrei na forma sublime de uma criança pleiadiana. Um alento, e estava terminado. Comecei a chorar. Não de dor, nem medo, e sim de pura alegria pela vida. Estava a caminho da Terra, como tinha pedido meu Pai, e agora eu provara, pela primeira vez, a maneira de ser tridimensional no interior de uma forma sólida. Embora o corpo desta criança parecesse de um ser humano, sua consciência era extremamente diferente daquela da Terra.


Durante 15 anos terrestres, estudei a vida a partir da superfície do planeta pleiadiano, como integrante de uma sociedade bastante incomum. Os seres de lá existem principalmente na quarta dimensão, mas na realidade possuem consciência total do plano terrestre. As Plêiades são o plexo solar desta galáxia. Quem desejar se deslocar de um lugar distante para outro provavelmente atravessará este sistema. Eles adoram jogos, empregando-os para transmitir conhecimentos. Seu nível de inteligência e amor é da mais alta ordem dentro desta interface de terceira e quarta dimensões. Eu os amo e lhes sou grato por seu cuidado e ensinamentos carinhosos.


O simples aprender a ver de forma dual me era muito difícil. Eu não compreendia a natureza de macho e fêmea, quente e frio, bom e ruim. Para mim, dava tudo na mesma. Aprendi a respeito de luz e som e de como qualquer coisa pode passar a um estado saudável e harmonioso ativando-se certos pontos no meu campo áurico.


Certo dia, Machiventa apareceu em sua nave de luz e eu deixei o corpo do menininho e o segui rumo a uma nova estrela. Outro local de aprendizagem, à medida que me aproximava lentamente de meu destino, a Terra. Cantamos ao entrar no campo de Sírius, a estrela irmã da Terra. As estrelas estão dispostas num campo por demais grande e complexo para que consigamos vêlo, e Sírius e a Terra são como átomos adjacentes em uma matriz cristalina. Estão intimamente ligados. De fato, é praticamente impossível vir para a Terra sem primeiro ir a Sírius.
Quando silenciosamente deslizamos para o interior do sistema, rumamos para a estrelinha chamada Sírius B que gira ao redor de Sírius. Ao redor de Sírius B existe um planeta constituído, principalmente, de água. Novamente despedi-me de Machiventa e, na forma de espírito, entrei no campo magnético deste planeta. Dentro das águas, conheci minha nova professora e amiga querida. Durante um ano terrestre ali fiquei e escutei e, espero, aprendi. Minha professora tinha a forma de uma baleia, uma baleia Orca, para ser específico. Comunicávamo-nos de maneira bem parecida à maneira como meu Pai e eu nos comunicávamos, por meio de luz e imagens sonoras dentro de meu ser. Amo tanto essa baleia e ficarei alegre se algum dia puder encontrar-me novamente com ela.


No final desse treinamento, fui escoltado, em espírito, para a terra, onde assumi a forma de um adulto humano masculino, bem semelhante à que tenho atualmente, exceto que minha consciência estava mais centralizada na unidade. Entrei, então, em um complexo de tipo humano e recebi uma espaçonave de 3ª/4ª dimensão. Muito diferente do campo de luz de Machiventa. Era imensa, sendo necessárias 350 pessoas para operá-la. Fui colocado no comando com um primeiro e segundo assistente. Àquela altura, começava a compreender os costumes dos seres humanos.
Saímos de Sírius B e rumamos diretamente para o centro de Sírius A, a estrela mais brilhante vista da Terra, entrando em outro campo de luz muito parecido ao que eu entrara em Órion. Num intervalo de no máximo 6090 segundos, saímos do campo de luz de Sírius A e saímos flutuando de uma estrela que a Terra chama seu Sol. Tudo era muito bonito e imponente. A sensação era muito diferente da experimentada ao deixar Órion. Agora eu era humano, ou quase.


Minhas instruções eram ir para Vênus e entrar em órbita. Dentro do campo multidimensional desse planeta localizase não apenas a sede deste sistema solar, como também as formas de vida mais conscientes de todos os planetas. Disseram-me que os venusianos entrariam em contato comigo e me dariam instruções finais antes de eu ir para a Terra. Orbitamos Vênus durante cerca de um dia terrestre sem fazer contato, quando, de repente, minha nave começou a lentamente descer em espiral rumo à superfície. Eu tinha muito pouco controle. Parecia que poderíamos nos chocar, então decidimos ir na direção de uma área que parecia água. Deslizamos sobre a superfície e então mergulhamos na água, parando no fundo a aproximadamente 30 metros abaixo da superfície.
Passamos de imediato a avaliar nossas avarias. Depois de cerca de quinze minutos, o segundo assistente veio ter comigo dizendo que o líquido no qual nos encontrávamos era ácido sulfúrico e que estava rapidamente corroendo a nave. Ele me levou a um imenso corredor com cerca de seis metros de largura e de altura e 30 metros de comprimento. O ácido já estava gotejando de um ponto do teto.


Eu disse a ele para levar toda a tripulação para nosso veículo de salvamento e esperar meu comando para partir. No exato momento em que ele saiu, Balthazar, meu primeiro assistente, apareceu numa curva, vindo de outro desses corredores enormes. Era possível dizer pela expressão de seus olhos que estava acontecendo mais alguma coisa. Veio até mim, olhou-me por um momento e disse "Veja." Àquela altura o vazamento de ácido no corredor mais parecia chuva e estava piorando. Como um homem num passeio de domingo, ele caminhou sorrindo diretamente na direção da chuva de ácido. Em minutos suas roupas foram completamente destruídas, mas ele estava bem. Nu e feliz. Entendi então o que ele queria dizer. Disse ao segundo assistente que partisse com a tripulação, entrasse em órbita e esperasse por mim lá. Ele saiu e partiu com a tripulação, e então volteime e entrei diretamente debaixo da chuva de ácido para experimentar esta verdade inacreditável. Aconteceu a mesma coisa. Minhas roupas se dissolveram, mas minha pele permaneceu incólume. Era exatamente igual a água morna.


Algo muito profundo se alterou em meu ser. Senti-me livre. Alegremente, viramos e nos dirigimos para a área de embarque, de onde eu sabia que conseguiríamos deixar fisicamente a nave. Balthazar entrou na área de embarque pouco antes de mim e, ao olhar o longo corredor pela última vez, uma parede de seis metros de ácido estava a ponto de lacrá-lo para sempre, dissolvendo-o em nada. Saí, fechei a porta e logo estávamos nadando na superfície na direção da praia. Na praia, vi que o local onde me encontrava estava quentíssimo, quente o bastante para literalmente me cozinhar, mas a temperatura simplesmente parecia não ter nenhum efeito em mim. Eu sabia, assim como Balthazar. Logo depois, fomos apanhados e rumamos imediatamente para a Terra.
Balthazar e eu fomos deixados no campo magnético da Terra na forma de espíritos e lá nos encontramos com muitos espíritos terrestres de longa data. Entramos primeiro na quarta e a seguir na sexta dimensão do campo da Terra e aprendemos com os antigos. Eu ainda tinha de aprender masculinidade e feminilidade, e me senti pronto depois de aproximadamente 30 anos no campo multidimensional da Terra.


Em 1850, nasci como mulher na tribo indígena Taos no norte do Novo México. Foi minha primeira encarnação na Terra, e a vivi de forma normal. Nasci um bebê do útero de minha mãe. Desde a infância, fui treinada como curandeira, sendo instruída no uso de cristais para diversas finalidades, tais como cura, controle do clima e proteção, para mencionar apenas algumas. Durante minha vida com a tribo, colaborei com a construção da grande pirâmide do Desfiladeiro do Planalto do Rio Grande. É a maior entre as pirâmides secretas do mundo, com quase quatro quilômetros de cada lado, e a última a ser desmontada antes de a purificação passar à sua fase final. Até hoje, é totalmente invisível, em razão da natureza de sua construção e apenas umas poucas pessoas conhecem sua localização. Em 1890, os anciões da tribo convidaram-me à sua kiva e me perguntaram se eu ajudaria a tribo e o mundo inteiro. Respondi que sim, e uma matriz de energia foi liberada de uma tigela turquesa cheia de areia, fetiches e cristais. Pediram-me para morrer conscientemente e entrar em um corpo masculino anglo-saxão a partir do qual uma missão seria concluída. Não posso contar que missão, mas será concluída no devido tempo. Novamente, com um único alento, encontrei-me na quarta dimensão.


Depois de aproximadamente três dias, elevei-me em vibração para a sexta dimensão, onde se concentra a vida mais consciente e estável. Depois de cerca de 75 anos de ensinamentos adicionais ministrados pelos antigos, fui novamente instruído a entrar em um corpo masculino anglo-saxão. Desta vez, contudo, eu deveria cumprir minha missão de um modo diferente de quando nasci uma menina índia. Deveria entrar num corpo masculino adulto em seu 31º ano de vida. Oito anos antes do acontecimento, comecei a me comunicar com o espírito deste corpo, Bernard Perona. Comecei a lhe mostrar possibilidades de vida que ele nunca soube existir até finalmente ver a entrada para o caminho do crescimento rápido e tomar seu rumo em direção a um distante sistema estelar. Esse espírito que partiu deu, com sucesso, um salto quântico em sua compreensão de Vida, permitindome entrar diretamente na arena de expressão humana uma vez mais.
Em 10 de abril de 1972, entrei no corpo de Bernard Perona e comecei a vida como homem adulto na terra. Depois de muitos anos de "andanças" como meu Pai pedira, finalmente estou pronto para servir a Terra e aprender com sua vasta sabedoria.


AS PRÓPRIAS PALAVRAS DE BERNARD PERONA — 2
Lembro-me de quando tinha cerca de quatro anos de idade. Foi por volta do final da Segunda Guerra Mundial, numa manhã clara e ensolarada em Oakland, Califórnia. Estava sozinho fora da casa, brincando tranqüilo, quando o ar e a terra começaram a rugir. Olhei para o leste na direção das montanhas, e observei cautelosamente o céu aos poucos se encher de bombardeiros americanos B29. Em minutos, havia milhares de aviões em formações geométricas preenchendo o céu e bloqueando o sol. Isso durou muito tempo. Fiquei lá com o rosto voltado para o céu. Sabia o que estava se deslocando lá no alto e me tranquei.

 

MANUSCRITO DE DRUNVALO 1984
OS 44 DESENHOS QUE CONDUZEM À TRANSLAÇÃO
vÁRIAS HISTÓRIAS 2
por Jeff Wein

Ainda sou Bernard Perona, mas algo extraordinário está mudando em mim, conseqüência de testemunhar minha vida.
No dia seguinte, os anjos apareceram a Renee e disseram que Christopher e Cindy Wingfield, sua namorada, que se reuniram a nós, deveriam ir para outro apartamento e que ela, Renee, e as crianças deveriam partir para Berkeley, Califórnia, lá permanecendo por 30 dias. Renee deveria estudar com um professor sufi do Peru chamado Claudio Naranjo. Os anjos disseram a Renee que eu deveria reunir materiais de arte para a elaboração de desenhos coloridos. Disseram que em algum ponto, nos próximos 30 dias, eu receberia os desenhos durante a meditação e, então, os anjos desapareceram.


No dias que se seguiram todos tomaram diferentes direções, e dei por mim sozinho imaginando o que se manifestaria nesses desenhos. Na primeira manhã depois de eu ter comprado o material necessário, senteime, sozinho, e esperei. Tinha à mão tudo de que necessitava, mas não fazia idéia do que deveria desenhar.


Então, começou. Minha mente se abriu, e eu conseguia "ver" num novo idioma de padrões geométricos. Era tão simples e claro. Comecei a desenhar. Os desenhos eram extremamente detalhados, com cores e dimensões específicas. Giravam em torno de seis formas; esfera, tetraedro, cubo, octaedro, icosaedro e dodecaedro. As informações afluíram continuamente por cerca de três semanas, até que finalmente, o trabalho parecia concluído. Eu não conseguia acreditar no que me estava sendo mostrado por meio desses desenhos. Fazia tanto sentido. Minhas origens estavam, afinal, começando a se tornar claras. Não posso falar sobre esses trabalhos agora, mas no Livro II, The Father’s Mind (A Mente do Pai), tratarei do primeiro desenho, do qual derivaram todos os demais. No final, havia 44 desenhos, cada qual associado aos 44 cromossomos existentes dentro de toda e qualquer célula humana. (Havia também dois outros desenhos relativos à energia sexual, assim como há dois cromossomos sexuais especiais, totalizando 46 cromossomos.) Eu sentia como se algo importante houvesse mudado dentro de mim em virtude desses desenhos, e não via como seria possível perceber com mais profundidade a Realidade. Claro, essa era minha própria limitação na época.


Certo dia, antes da volta de Renee, um velho amigo meu, Wilf Chipman, apareceu. Wilf era outra das pessoas a quem os anjos tinham me conduzido anteriormente, antes de Renee e eu nos casarmos. Wilf era alquimista, um alquimista de verdade. Sua capacidade e conhecimentos eram formidáveis. Além disso era um entrante que já estava realizando interface, mas eu nem mesmo saiba o que isso significava na época.
Wilf perguntou-me se eu gostaria de fazer uma pequena viagem de três ou quatro dias para visitar um amigo seu em Cariboo Mountain na Columbia Britânica. Parecia bom, concordei.
Partimos no dia seguinte, e depois de um estafante trajeto de carro nas profundezas das montanhas adentro em enlameadas estradas cobertas de neve, chegamos a uma casa bastante incomum. Em 1929, foi construído um grandioso hotel de troncos imensos. Vocês conhecem o tipo, uma estação de esqui, com uma recepção ou sala de estar provida de gigantescas lareiras, vários quartos, uma cozinha gigante, exceto que parecia ter sido construído no máximo há dez anos. Pintaram os troncos com um produto que lhes dava a aparência de terem sido há pouco descortiçados. O hotel ficava muito isolado nos bosques, eu não entendia como alguém, em alguma época, poderia tê-lo usado para fins comerciais, mas lá estava ele. Fora abandonado há muito tempo, mas um amigo de Wilf e sua esposa mudaram-se para lá por causa do aluguel grátis.


Eu morreria naquele lugar daí a algumas horas, mas, pelo menos, não sabia disso, e meu coração estava tranqüilo. Wilf, tentando descobrir como transformar mercúrio em ouro, buscava agora fazer o mesmo comigo num nível humano. Não o condeno pelo que ele estava a ponto de fazer, eu compreendo. Posteriormente, naquela tarde, Wilf colocou, sem que eu percebesse, algo mortal em minha comida. Ele acreditava que eu não morreria, e sim seria transformado. Na verdade, ele não tinha realmente certeza.
Lembro-me de ir para meu quarto sentindo-me estranho. Sentei-me na posição de lótus no meio de minha cama, o quarto começou a girar lentamente. Eu não conseguia parar o giro, que ficava cada vez mais rápido. Finalmente, endireitei-me, e via a cama e meu corpo, mas todo o universo não passava de um borrão de luzes móveis. E então eu morri. Simplesmente não conseguia mais manter-me centrado.


Depois de certo tempo, pouco tempo pelo que pareceu, levantei-me de onde caíra, e tudo estava completamente normal. O quarto estava vazio e sossegado. Sai imediatamente do quarto e entrei na área social central. Não havia ninguém ali. Desapareci nos bosques sem que ninguém me visse sair. De alguma forma, eu sabia o que acabara de acontecer, e sentia-me mais seguro lá. Tudo era tão puro e vivo, cada vez que respirava era uma grande alegria. Eu precisava me ancorar e embrenhar-me nas profundezas da floresta, somente com a natureza e Deus, era uma grande bênção. Depois, relutantemente, eu soube que tinha de voltar ao mundo dos homens.
Algo estava diferente dentro de mim. Conseguia sentir uma grande mudança em minha existência, mas não tinha certeza do que era. Drunvalo nascera, mas Drunvalo estava agora experimentando todas as imagens mentais e emocionais de Bernard, bem como todas as suas lembranças. Era por demais convincente, sendo o que acontece a quase todos os que decidem entrar na vida, em vez de nascer na forma de um bebê. Parece com quando estamos totalmente absortos num filme e nos identificamos com certa pessoa da história e nos esquecemos de nós mesmos, acreditando sermos a personagem do filme. Acreditamos que o drama do filme está realmente se passando conosco.
Passaram-se quase três anos até eu perceber o que acontecera e então, quando tentava lembrar quando e onde acontecera, não conseguia evocar com exatidão as memórias. A translação fora tão suave. Lembrei-me quando e onde acontecera somente cerca de quatro anos atrás. Quando me aproximei do velho hotel, Wilf e seu amigo estavam lá. Wilf olhou-me totalmente confuso. Não tinham me visto sair, e também não conseguiam entender como eu ainda podia estar vivo, a menos, claro, que a translação tivesse ocorrido e eu não estivesse demonstrando nenhum sinal disso. Wilf simplesmente não sabia; parecia-lhe não se passara absolutamente nada. Acho que ele esperava um milagre. Levoume em silêncio para casa.


ALFA E ÔMEGA, ORDEM DE MELCHIZEDEK 11
Renee chegou em casa alguns dias depois vinda de Berkeley. Na época, ela não sabia, e provavelmente ainda não sabe, que havia uma pessoa diferente no corpo de seu marido. Os anjos lhe disseram que meu nome era Drunvalo, mas não acredito que ela realmente tenha entendido as implicações mais profundas, que os anjos não lhe explicaram. Seria difícil, como vocês bem podem imaginar. Mas o trabalho de minha nova vida tinha de prosseguir e, sem muita hesitação, ele teve início.

O anjo apareceu a Renee e disse que eu deveria ir a certo endereço em Vancouver e apenas permanecer lá. O endereço era rua 4, 111444. Naquela noite, perambulei por lá de carro e achei o endereço. Ficava nos confins da zona industrial de Vancouver, antigos armazéns de tijolo à vista de dois andares e coisas assim. Estacionei e fui até uma entrada lateral, uma portinha suja, de um dos edifícios. Acima da porta havia uma placa recém-pintada com cores brilhantes na qual se lia: "Alfa e Ômega, Ordem de Melchizedek." Abri a porta e subi um lance de degraus estreitos e rangentes que levavam a outra porta. Bati, e uma jovem serena abriu a porta e me cumprimentou. Entrei numa salinha quadrada com cerca de 3,5 metros de lado, sem janelas, nem outras portas de entrada ou de saída. Havia uma escrivaninha em um canto e um banco comprido colocado transversalmente a uma das paredes. A jovem e outro homem sorriram e pediram que me sentasse no banco. Sentei-me. Fiquei lá sentado por cerca de três horas, enquanto pessoas entravam e saiam. Diziam algumas palavras e então saiam, nada que eu conseguisse realmente entender. O casal ignorou-me completamente até que, afinal, a mulher virou-se para mim e disse que eu podia ir embora. Olhei-os, pensei, eles são malucos, e sai.
Ao chegar em casa, expressei minha confusão aos anjos, mas eles disseram que tudo estava bem e para não me preocupar tanto. Acalmei-me.


Cerca de duas semanas depois, os anjos vieram visitar Renee e disseram que eu deveria voltar ao endereço e pedir para ver um homem chamado David Livingstone. Só me deram essas instruções. Voltei, subi os mesmos degraus, só que desta vez havia uma pessoa diferente lá, um jovem. Disse-lhe que gostaria de ver David Livingstone, e ele, claro, disse que me sentasse no banco. Sentei-me, mas de má vontade. Depois de cerca de meia hora, ele vira-se para mim e diz: "Certo, pode subir a escada agora." Não entendi a que ele se referia, "Subir a escada." Subir que escada? Naquele momento uma porta oculta deslizou, abrindo-se, acionada por controle remoto. Ele indicou-me a escada e fiz o que seu gesto sugeria. Logo que subi alguns degraus da escada, a porta rapidamente deslizou, fechando-se e bloqueando minha retirada. Subi outro lance de degraus entrando num imenso cômodo todo branco. Esse cômodo tinha cerca de 27 por 18 metros e estava completamente vazio.


No topo da escada, quando entrei no cômodo, esperava-me, à luz do sol, uma linda jovem que pediu-me que a seguisse. Levou-me a outro cômodo enorme, mas desta vez, estava repleto de bancadas de trabalho e equipamentos utilizados, ao que parecia, para trabalhar prata e couro. Havia uma área desimpedida de cerca de 1,80 metro ao lado da porta pela qual entramos. A jovem olhou-me meigamente e pediu-me que esperasse lá. Disse que viria alguém dali a alguns minutos, e então deixou-me sozinho.
Cerca de cinco minutos depois, sete jovens, todos de terno, entraram no cômodo por outra porta, marchando em fila indiana. Fizeram círculos a meu redor, em posição de semi-sentido, e fitaramme intensamente nos olhos. Não foi pronunciada uma palavra sequer. Eu não sabia ao certo o que fazer, então apenas devolvi o olhar. Ficamos fazendo isso uns 20 minutos, até que, afinal, um dos jovens falou, pedindo-me que o seguisse.


Entramos em outro cômodo que tinha o tamanho e o formato daquele todo branco. O jovem disse-me para dar uma olhada pelo cômodo e esperar até que David Livingstone pudesse me ver. E então ele se foi, deixando-me novamente sozinho.
O cômodo tinha três corredores compridos longitudinais, formados por duas fileiras de cavaletes para pintura colocados lado a lado. Os cavaletes eram bem grandes, talvez com 1,82 metro de altura por 1,20 metro de largura. A experiência que se seguiu me foi muito surpreendente. Nesses cavaletes se encontravam todos os 44 desenhos vindos através de mim quando eu era Bernard. Ao vêlos algo se passou, algo tornou-se claro. Pensei que fossem meus. Pensei têlos desenhado. Tive certeza, ao ver esses desenhos, que o que quer que acontecesse ali, seria importante para minha vida. Mal conseguia acreditar naquilo. Havia mais alguns desenhos que não tinham vindo através de mim. Achei-os extremamente interessantes e passei todo o tempo com eles. Os demais eu sabia de cor.


Depois de mais ou menos uma hora, os sete homens de terno voltaram. Formaram novamente um círculo a meu redor, esperamos. Alguns minutos depois, entrou pela porta um homem baixo, com cerca de 55 anos de idade, vestido num terno amarrotado e usando óculos de tartaruga de aro curvo. Lembrome de ter pensado que ele mais parecia vendedor de carros do que líder espiritual. Juntou-se a mim no centro do círculo e perguntou-me de onde eu era. Respondi Califórnia, e ele disse "Não, de que lugar no espaço?" Não saiba a que ele se referia. Fez-me, então, uma pergunta da qual não me lembro sobre Krishna, algo sobre amor. Olhou-me, então, e disse que eu era "Ok," e foi-se embora. Um dos homens imediatamente levou-me de volta à salinha com a porta corrediça ao pé da escada; fui para casa perplexo.


Naquela noite, os anjos disseram que eu deveria voltar em certo dia e dizer a David que eu queria entrar em sua escola. Disseram que ele em breve daria uma aula que eu acharia muito interessante e que poderia ser útil ao meu crescimento.
Voltei, no dia que eles disseram, à salinha sem janelas e pedi para ver David. Dessa vez, tudo estava diferente. A pessoa sentada à escrivaninha disse apenas: "Claro, David Livingstone está à sua espera," e a porta secreta deslizou, abrindo-se. Subi as escadas, e lá, completamente só na sala toda branca, estava David. Caminhei até ele, e ele me vez sinal para sentar. Passou a fazer milhões de perguntas; novamente quis saber de onde eu era, mas eu simplesmente não sabia responder. Minha entrada nesta dimensão era recente demais. Contei-lhe sobre os anjos, e que eles queriam que eu freqüentasse a escola que ele em breve dirigiria. Finalmente, concordou que eu freqüentasse sua escola, mas disse sentir que eu não estava me revelando a ele e que eu estava "incógnito."
MANUSCRITO DE DRUNVALO 1984


O CONFLITO ESPIRITUAL NA BUSCA DE ORIENTAÇÃO
VÁRIAS HISTÓRIAS 3
Jeff Wein
Ram Kahn tinha apenas cerca de um mês de idade. Vivíamos tranqüilos em nossa casa na montanha quando, certa tarde, os anjos apareceram e nos disseram para nos preparar para ir a Vancouver cedo na manhã seguinte. Disseram ser extremamente importante. Uma decisão crucial estava sendo tomada pelos seres espaciais designados para a Terra, e precisavam de Ram Kahn e de mim lá. Foram-se embora e nada mais nos disseram.
Havia outra pessoa, Christopher Skye, que morava conosco e estava acompanhando as palavras dos anjos naquela ocasião. Juntos nos aprontamos para partir. Era um dia muito frio de fevereiro, a neve erguia-se acima de nossas cabeças e uma estreita trilha de neve que se perdia nos bosques guiava nosso caminho. Tivemos de caminhar pela neve ao alvorecer numa temperatura de quase zero grau com todo nosso equipamento estocado em mochilas, uma criança de quatro anos, Peter, e um bebê recém nascido. Nem sempre é fácil levar uma vida espiritual!


Cedo na manhã seguinte, iniciamos nossa jornada rumo a Vancouver. Caminhar ao ar livre não foi tão ruim quanto prevíramos e, depois de algumas horas, alcançamos nosso carro. Tivemos, então, de atravessar o lago Kootenay numa balsa, cerca de 16 quilômetros até o outro lado, e a seguir aproximadamente 724 quilômetros até Vancouver. Até mais ou menos dois terços do caminho, tudo se passou tranqüilamente, foi então que tivemos de atravessar a última cadeia de montanhas antes das planícies que se estendiam rumo a Vancouver. Iniciamos nossa subida rumo ao topo da primeira montanha, quando a neve começou a cair dos céus. Mal conseguíamos enxergar uns poucos metros adiante de nós, a neve acumulava-se rapidamente no párabrisa. Logo estávamos espiando por um pequeno orifício numa parede feita de brilhantes flocos de neve, praticamente não nos movíamos. Quando não estávamos nem na metade do caminho da montanha acima, havia cerca de 45 centímetros de neve sobre a estrada, e nosso carro afundou e deslizou, parando com um rangido. Estávamos atolados sem muitas perspectivas de avançar. Lá estávamos nós a poucos centímetros do solo, dentro de um carro importado de tração traseira. Durante certo tempo, não soube o que fazer. Mesmo que saíssemos daquela situação, ainda tínhamos de superar quatro ou cinco montanhas imensas para alcançar as planícies e parecia que uma grande tempestade estava apenas começando. Desci do carro, e apenas fiquei lá tentando encontrar uma saída, quando os anjos apareceram a Renee. Sorriram e disseram que "tínhamos" de ir a Vancouver. Disseram que eu entrasse no carro e tentasse novamente, que o carro andaria. Fiz o disseram e o carro simplesmente saiu sem patinar uma única vez. Simplesmente começamos a nos deslocar pela neve como um pequeno trator.


Continuamos subindo pela primeira passagem, descendo pelo outro lado, a próxima montanha acima e do outro lado. Simplesmente ficamos lá sentados e aceitamos o que estava acontecendo, embora parecesse impossível. Àquela altura nós quatro esperávamos a curva de 90 graus que, sabíamos, nos esperava adiante, lá em cima em algum lugar. Subindo havia um vale onde, na década de 1950, uma das montanhas se partira num terremoto, rolando vale abaixo e devastando a área. Por esse motivo a estrada fazia uma curva e ziguezagueava em meio a pedras enormes do tamanho de carros e casas, atingindo, então, o final do vale e retornando à velha estrada rumo a Vancouver.


Todos nos concentrávamos na estrada à espera dessa curva, pois era muito perigosa, quando vimos adiante um bloqueio na estrada. Uma barreira de madeira atravessava a estrada e atrás dela havia um removedor de neve, e atrás dele havia provavelmente 80 carros. Deve-se atentar para o fato de que desde a hora em que os anjos nos disseram para continuar, não vimos nem ultrapassamos um único carro. Estávamos completamente sós na estrada da montanha.


Paramos na barreira e o homem do removedor de neve saiu da máquina e veio até nosso carro. Olhou-nos assombrado. Quis saber de onde viéramos e lhe dissemos que vínhamos do lago Kootenay. Ele disse que as passagens da montanha estavam fechadas desde o início daquela tarde. Contou que uma tempestade monstruosa estava devastando Vancouver, e estava começando a atingir aquela montanha. Ele apenas ficava olhando nosso carrinho e dizendo: "Não tiveram nenhuma dificuldade para passar?" Respondemos que não, fora fácil. Finalmente, um tanto relutante, abriu a barreira, deixandonos passar. Continuamos por cinco ou seis quilômetros, ainda atentos à curva de 90 graus, quando adiante, uma pequena placa verde anunciava claramente nossa entrada na minúscula cidade de Hope. Talvez estivéssemos estupefatos por ter conseguido atravessar a neve funda, pois isso de certa forma parecia vagamente lógico, mas a cidade de Hope se aninhava na extremidade da planície, e estar lá fisicamente significava que não atravessáramos a área inclinada rochosa. Isso parecia simplesmente impossível. Nunca aconteceu! Nós três mal conseguíamos acreditar. Mesmo agora, tenho de admitir, os anjos fizeram um ótimo serviço. Devemos ter falado sobre o que aconteceu durante os cerca de 144 quilômetros até Vancouver.
À medida que nos aproximávamos de Vancouver, a tempestade transformou-se numa barulhenta chuva de granizo. O rádio dizia que era a pior tempestade que já acontecera.O vento soprava tão forte que mal conseguíamos dirigir. Milhares de linhas elétricas, as enormes torres de concreto, foram derrubadas num raio de centenas de quilômetros ao redor de Vancouver. Havia apenas uma pequena linha entrando em Vancouver, vinda do sul, e havia racionamento de eletricidade na cidade. Primeiro forneciam eletricidade para um setor da cidade durante 15 minutos e a seguir a outro por certo tempo e assim por diante. Todos os grandes navios e barcos atracados no porto registravam ventos de 70 a 90 MPH, impossibilitados de sair até que a tempestade terminasse. Todos os meios de transportes estavam interrompidos, nenhum avião, nenhum trem, nenhum ônibus, nada. Era realmente assustador entrar numa cidade sitiada por tanta violência.


Não fazíamos idéia de para onde estávamos indo, nem mesmo por que, mas nem bem expressáramos nossa confusão, os anjos apareceram e nos disseram que encontrássemos duas torres circulares de vidro muito altas e alugássemos um apartamento na que ficasse à nossa esquerda. Ficamos andando de carro por ali durante mais ou menos meia hora e, então, lá estavam eles, dois edifícios circulares envidraçados de apartamentos bem de frente para o oceano, com 22 andares.
Finalmente, entramos no estacionamento subterrâneo do edifício à nossa esquerda, descemos até a administração e alugamos um apartamento de um quarto no 17º andar por aproximadamente 1.500 dólares mensais. Em 1972, isso era muito dinheiro, mas os anjos disseram para não nos preocupar com dinheiro, que ele seria providenciado.
A tempestade ainda uivava; e na ocasião não havia eletricidade no edifício. Já subiram 17 andares? Não é fácil. Especialmente carregando todas as suas coisas e duas crianças. Mas o apartamento era realmente fantástico, janelas de vidro enormes curvas com vista para o oceano e também para um temporal incrível. Nós três, mais as duas crianças, mal descarregáramos nossas coisas e os anjos vieram e disseram a Christopher e Renee para se preparar para ficar por algum tempo e a mim para ir ao quarto e entrar em meditação.

Fechei a porta, sentei-me, fechei os olhos, e dentro de 60 segundos senti-me saindo de meu corpo e entrando rapidamente no espaço. A seguir, eu flutuava a aproximadamente 160 quilômetros sobre uma luminosa costa litorânea ensolarada. Eu sabia onde me encontrava, mas ao me concentrar, percebi que sobrevoava a Califórnia meridional. Olhei com mais atenção, conseguia ver Los Angeles. Senti-me atraído à Cidade de Anjos, a uma casa específica e, finalmente, a uma casa na qual havia um círculo de cerca de 13 pessoas, todas de mãos dadas e emitindo puro amor incondicional ao mundo. Os mais puro amor que os seres humanos são capazes de emitir. Era uma energia rara e sem igual que estava a ponto de ser utilizada pelos seres espaciais, que precisavam deste cristal de semente para servir de catalisador na criação de um campo vivo de energia que acabaria por abranger toda a Terra e, esperavase, proteger a Terra nos dias futuros.


Afasteime cerca de 500 quilômetros acima da casa enquanto observava esse campo de amor crescer. Ele formou uma metade de cúpula esférica ondulante acima da casa, e então começou a crescer. Cresceu com muita rapidez, quase como uma explosão. Em segundos abrangeu toda Los Angeles e começou a crescer para o norte, na direção de São Francisco, subindo para a costa de Seattle e, finalmente, lá para cima, onde meu corpo se encontrava em Vancouver. Naquele ponto, por curiosidade, aproximei-me do campo e vi que era formado de minúsculos hexágonos, e as linhas de energia eram cores muito difíceis de descrever, mas muito belas. O campo expandiu-se na direção leste, deslocandose rumo à outra costa. Mas ele não parou ali, continuou se deslocando até dar a volta no mundo, encontrarse a si mesmo, aumentar e concluir o circuito. Então, de uma vez só, o campo ondulante ao redor da Terra transformou-se num campo cúbico com lados planos retos e extremidades agudas que também circundavam o planeta. Experimentei uma tremenda sensação de completitude. Algo realmente bom acabara de acontecer, mas eu não tinha certeza do que.


Então dei-me conta de oito pequenas espaçonaves posicionadas exatamente nas oito extremidades do cubo. Irradiavam diferentes raios coloridos do tipo laser ao longo das arestas do cubo, cada qual na direção de mais três outras naves. Eu estava interessado e, assim que percebi estar interessado, senti que era puxado para o espaço. Comecei a me dirigir quase diretamente para a lua, e me lembro distintamente da lua deslizando silenciosa à minha direita. Aprofundeime mais no espaço, indo, sei agora, a 354.000 quilômetros além da Lua, rumo ao local no qual havia algo que eu conseguia sentir à medida que me aproximava, mas não conseguia enxergar. Só quando eu estava praticamente em cima da coisa‚ foi que consegui divisar os contornos do maior objeto sintético que já vira. Tratavase de uma nave estelar imensa, preta azeviche, com cerca de 80 quilômetros de comprimento. Estava pousada numa interface de 3ª/4ª dimensão e, portanto, completamente invisível da Terra. Tinha o formato de um charuto, lisa, sedosa, sem juntas, sem aberturas, com exceção de uma grande janela transparente numa das extremidades. Flutuei até a janela, por ela conseguia ver gente. Usaram uniformes brancos com detalhes dourados. Dei por mim flutuando diretamente pela janela, entrando num grande cômodo aberto, as pessoas que lá se encontravam pareciam muito felizes em me ver. Havia uma moça e um rapaz que me saudaram, dizendo serem de Sírius e trabalharem com Toda Vida para ajudar a Terra. Pediram-me que me sentasse. Conversamos durante cerca de meia hora sobre o que acontecera há pouco. Comecei a entender. Disseram que a Terra e todo o sistema solar entrariam, no final de 1972, num tipo diferente de espaço no qual as leis da física eram totalmente diferentes de tudo o que os terráqueos conheciam, pelo menos em épocas recentes. O campo destinava-se a proteger a vida na Terra durante essa transformação, dando-nos tempo de nos preparar para a mudança. O campo era controlado a partir dessa nave-mãe por meio de oito naves menores, protegendo cada ser humano por intermédio de um campo cúbico orgânico localizado em nossa área estomacal. Algumas pessoas chamam essa área de terceiro chakra.

Fui então levado a um cômodo totalmente vazio, exceto por uma mesa no centro na qual pediram-me que deitasse. Dois raios independentes de luz, muito semelhantes a fragmentos multicoloridos multidigitais de laser deslocando-se rapidamente foram focalizados em mim, um vindo do topo e incidindo no meu terceiro chakra e o outro vindo de cima de minha cabeça, incidindo coluna abaixo. Isso durou cerca de 20 minutos. Disseram que essas eram as imagens da vida que eu experienciaria no restante de minha vida na Terra. Eles então me levaram a uma excursão completa pelas áreas essenciais da nave de modo que as pudesse usar se necessário. Treinaram-me com bastante rapidez. Parecia que qualquer pergunta que me surgisse na cabeça era imediatamente respondida por eles. Disseram que em breve eu retornaria a essa nave estelar e que soubesse que sempre seria bemvindo. (Estávamos na área de substituição à qual Bernard fora diretamente depois de sua morte durante a translação interpersonal. De lá, foi levado a Sírius e a seguir a seu destino final, as Plêiades.)

Voltamos então ao cômodo pelo qual eu entrara na nave e nos despedimos. Não havia somente grande amor e carinho entre aqueles seres, havia também uma devoção muito profunda à vida.
Lembro-me a seguir de abrir os olhos e perscrutar o quarto frio e vazio de nosso novo apartamento de Vancouver. A tempestade ainda continuava. Estava escuro agora, e me levantei e entrei nos outros cômodos. Parecia que cerca de uma ou duas horas tinham se passado, mas de acordo com todos os que estavam lá, havia transcorrido muito, muito mais tempo. Meia hora depois de eu voltar, todos os ventos cessaram e tudo ficou calmo e tranqüilo.


O anjos apareceram a Renee e disseram que acontecera um tipo de guerra cósmica há pouco. Disseram que não se tratava realmente de uma guerra na qual as pessoas tentam matar umas às outras, e sim de um teste de força, coragem e conhecimento. Disseram que existiam milhares de culturas espaciais diferentes que estavam aqui, realizando interface, tentando ajudar a Terra a sair-se bem nessa mudança dimensional. Havia muitas opiniões diferentes quanto a como proceder. Normalmente, ia contra a lei galáctica a interferência, por parte de qualquer pessoa, em qualquer outra região habitada, mas neste caso, se nada fosse feito, a Terra seria um planeta morto até o final do ano.

Haveria uma explosão de proporções nunca vistas em nosso sol. A explosão na verdade ocorreu em 7 de agosto de 1972, mas em razão do campo cúbico colocado em fevereiro, sobrevivemos muito bem. Claro, ainda não nos livramos de nossas dificuldades, experimentamos apenas uma parcela muito pequena do que realmente aconteceu. Algum dia, em breve, o campo cúbico será retirado e teremos de experienciar a realidade como ela é. Creio que estamos agora...